Davi Duarte se apresentou na TV Diário, convidando o público para os shows e mostrando música inédita

 


Davi Duarte se apresentou neste sábado, 22/6, na TV Diário, no programa Conexão, cantando os sucessos "O que eu queria" e "À toa

" e a inédita "Bote lenha", um "xote elegante", como uma referência ao período junino.

Davi participou do programa divulgando os próximos shows que faz em Fortaleza: no sábado, 29/6, às 19h, no Centro Cultural Banco do Nordeste, e terça-feira, 2 de julho, no Esquina Brasil, casa aberta há alguns meses e que vem chamando atenção pela programação musical.




"O que eu queria", um dos grandes sucessos de Davi Duarte, com ele, ao vivo na TV Diário


Confira os melhores momentos da entrevista de Davi Duarte, no programa, também transmitido ao vivo pela Rádio Verdes Mares 92.5, ao jornalista Sávio Manfredini:


Sávio Manfredini - Davi, que prazer receber você aqui. Uma grande honra pra nós! Você é uma referência no cenário não só da nossa cidade, mas do Nordeste também, no Brasil. Davi Duarte. Você faz show no sábado que vem, dia 29 de junho, no CCBNB, não é?

Davi Duarte - Bom dia, Sávio. Bom dia, espectadores da TV Diário. Isso. No CCBNB, que fica na Rua Conde D'eu, onde era o antigo mercado central. Dia 29, sábado que vem, um show autoral. Vou cantar muitas canções que o pessoal gosta, do meu trabalho, e algumas novas também. Um trabalho bem conectivo com o público. 


Quantos anos de carreira, Davi?

Este ano completo 42 anos de carreira. Fiz as contas neste ano. Comecei no Teatro Universitário Carlos Magno, ali na Avenida da Universidade, com 15 anos de idade. Este ano me toquei que são 42 anos de carreira. O povo pode fazer as contas aí.


Davi, você está sempre compondo, não é? Sempre com músicas novas?

Sempre estou compondo novas canções. Vou inclusive tomar a liberdade de cantar aqui no programa, nesse nosso ambiente mais festivo, junino, de cantar um xote que eu fiz, uma canção nova que eu fiz e pretendo lançar daqui a pouco tempo. "Bote lenha".


É um exercício quase que diário pra você?

Quase que diário! Existem fases. É uma coisa meio sazonal. A gente tem um período que começa a ficar meio incomodado e nao sabe por quê. Aí já sei que é porque estou precisando compor e extravasar a minha emoção, a minha consciência, através da composição musical. Pelo menos umas cinco, seis músicas boas por ano a gente faz, porque precisa disso, pra conseguir continuar respirando a nossa arte

Davi e a música inédita "Bote lenha", no programa "Conexão", da TV Diário



E quantas músicas, aproximadamente, você já compôs?

Olha, não sou aquele compositor que tem 400, 600 músicas não. Mas devo ter na faixa de umas 150 canções, por aí. Eu diria que em torno de 100 canções bem consolidadas como músicas terminadas e feitas. Por aí. Uma centena de canções pra vocês


Afora as que está guardando no forno...

Afora outras inéditas. Outras que a gente começa e não termina. Essa música, 'Bote lenha", por exemplo, eu comecei há uns três anos e agora há um mês veio com essa segunda parte e ela me encantou. E comecei a cantar. Como se fosse mesmo uma pessoa já formada.


São 42 anos de carreira. Você viu muita coisa mudar na música neste tempo. Começou que ano?

1982. O dia foi 13 de maio de 1982. Eu tinha 15 anos. Teatro Universitário, aqui em Fortaleza. Muito cedo fui tocar na noite aqui em Fortaleza. Depois fui pro Rio de Janeiro. Voltei pra Fortaleza e já fiz alguns shows como Davi Duarte, numa cena que tinha nomes já de uma anterior geração, Calé Alencar, Eugênio Leandro. A turma que vinha da Massafeira. Os festivais. Fui pra São Paulo, trabalhei com música instrumental, música vocal, aprendendo muito... Aí voltei pra cá e o pessoal começou a gravar minhas músicas, nos anos 90. Essa música ("O que eu queria") foi gravada por vários intérpretes. E desde 90 pra cá sigo viajando e voltando.


Davi, nesse tempo todo houve muitas mudanças na forma de se apresentar, nos shows, na forma de consumo da música...

Sim. Mudou o paradigma da mídia do nosso trabalho. Eu já sou de uma geração que não gravei disco de vinil, os antigos LPs. A maneira que as pessoas ouviam música, eu ouvia na minha adolescência, aquele LP, que hoje tá voltando, um conceito chic, cult, vintage. Mas eu sou da época do objeto CD. A gente vendia muito CD. E agora estamos aí nas plataformas de streaming, digitais, que levam o nosso trabalho. Isso causou uma mudança de paradigmas do direito autoral à audição em si. Hoje essa grande nuvem de canções e de trabalhos musicais que está nessa, no âmbito dessas plataformas de streaming, são um pouco imateriais. Então a música da gente ficou... Eu brincava que faço uma arte que não se pendura na parede. Agora  é que não pendura na parede mesmo


Hoje é mais desafiador?

É mais desafiador! Do ponto de vista da arrecadação que temos que ter pro nosso trabalho profissional ir pra frente. E também porque são muitas pessoas que lançam seus trabalhos, fazem em home estúdio e já lançam.. Nem acho um desafio isso não, porque é bacana toda essa malha de artistas que se lançam, mas a questão da arrecadação, da mensuração do nosso trabalho, é desafiadora. Vejo artistas renomados sendo indagados sobre como é o processo de arrecadação de trabalho hoje em dia e não sabem dizer. Nem eu sei dizer! Talvez seja assim três centavos de arrecadação por cada exibição de música. Mas a gente tem que continuar, pelo público. São paradigmas que mudam. A gente se adapta. Mas o público continua sendo o elemento mais importante dessa equação toda. Esse é o elemento mais importante. E é isso. A gente vem nessa pisada.



Davi Duarte canta, de sua autoria, "À toa"


Então vamos reforçar a agenda de shows, agradecendo a você pela entrevista e pedindo mais uma música, pra gente encerrar a entrevista.

No próximo sábado, às 19h, no CCBNB, que fica ali onde era o antigo mercado central de Fortaleza, perto da catedral. O show é gratuito. O nome desse show é "Atrás do tempo", que traz nesse título uma parceria minha com o compositor Dalwton Moura. Prazer ter essa música como título do show. E terça-feira dia 2 a gente vai estar no Esquina Brasil, na avenida Antônio Sales, cantando alguma coisa do meu trabalho e também do cancioneiro brasileiro. Eu agradeço a você, Sávio, a todo o pessoal do Sistema Verdes Mares, que sempre nos acolhe muito bem. E obrigado. Um abraço!





Comentários