CCBNB Jazz em Cena: sábado, 27/7, Hannah Maria Montenegro recria o clássico disco de Arthur Verocai de 1972. Entrada franca




Um encontro cheio de emoção, técnica, sensibilidade, musicalidade, recriando no palco a íntegra do clássico disco lançado por Arthur Verocai em 1972. Assim é o show especial que a cantora Hannah Maria Montenegro, cearense radicada no Rio de Janeiro, faz no Centro Cultural Banco do Nordeste (Rua Conde D`Eu, 560, Centro), com entrada franca, pelo projeto Jazz em Cena, no sábado, 27/7, às 19h. 


A apresentação homenageia Arthur Verocai, hoje com 79 anos e fazendo shows em países como Holanda e Inglaterra, com a íntegra do disco de 1972, ao lado de grandes orquestras, em um reconhecimento à importância do álbum que será apresentado no show em Fortaleza por Hannah Maria Montenegro (voz, direção artística, seleção de repertório), Adriano Oliveira (piano), Lucas Arruda (guitarra) e Vinicius Matos (bateria), nomes de primeiríssimo time da cena instrumental cearense, com jovens músicos ladeando o maestro Adriano.


Hannah é uma jovem intérprete e já cheia de sensibilidade adquirida na convivência com a bossa, com o jazz, com a música brasileira e com influências de outras linguagens artísticas. Tudo tecendo um amálgama impressionante para uma artista de pouca idade, mas de grande apuro técnico aliado a uma bagagem já considerável e a uma intuição capaz de apurar interpretações de uma serena intensidade. Características que chamaram atenção de mestres como Roberto Menescal, 86 anos, que com ela gravou a música “Bem que tentei”, de Menescal e do compositor cearense Dalwton Moura, faixa disponível no YouTube.


Tantas virtudes não se reúnem por acaso. Hannah Maria Montenegro, que hoje se apresenta como um dos nomes mais presentes em casas da noite de bairros como Ipanema, Leblon e Copacabana, se relaciona intuitivamente com o canto desde a infância, passando a publicar suas produções musicais há alguns anos, com grande repercussão, na Internet. Dentre suas maiores referências artísticas estão, além de Menescal, outros fundadores e mestres da bossa nova. E o carioca Arthur Verocai, pianista, violonista, compositor, arranjador, que participou de vários festivais de canções na década de 1960. Trabalhou como arranjador de discos e apresentações de cantores como Ivan Lins, Jorge Ben Jor, Elizeth Cardoso, Gal Costa, Erasmo Carlos, Célia e Marcos Valle. Em programas como Som Livre Exportação, Chico City e A Grande Família, foi diretor musical na TV Globo.


O disco de 1972: um clássico reconhecido tempos depois


Conforme destaca texto de apresentação da edição especial em vinil comemorativa de 50 anos do disco de Arthur Verocai, “1972 foi um ano mágico para a música brasileira. Foram lançados tanto discos absolutamente clássicos desde sempre – como “Acabou Chorare” (Novos Baianos) e “Clube da Esquina” (Milton Nascimento e Lô Borges) – como jóias que não reverberaram tanto na época e hoje são cultuadas mundo afora. É o caso, por exemplo, do disco homônimo do arranjador e maestro carioca Arhtur Verocai. Aos 77 anos (então), hoje ele desfruta de um reconhecimento à altura de sua obra-prima, que acaba de ganhar uma reedição de luxo do selo londrino Mr. Bongo”.

E segue o texto: “O disco habita um território musical difícil de identificar e que traz influências da MPB, da soul music e do jazz. Participam da gravação bambas como os cantores Carlos Dafé e Célia e os saxofonistas Oberdan Magalhães (que depois se tornaria líder da Banda Black Rio) e Paulo Moura. Boa parte do culto em torno do álbum se deu por conta de algumas faixas terem caído no gosto de artistas do rap estadunidense – Little Brother, Ludacris e MF Doom estão entre os que samplearam faixas do maestro. Uma cópia original do LP pode custar mais de R$ 10 mil”.


Hannah e o disco de Arthur Verocai


Escolhi o Arthur Verocai com o foco principalmente nesse disco que é um dos mais famosos dele, porque esse álbum vem me acompanhando, especialmente desde o final de 2023 e neste ano, diante de algumas coisas desafiadoras. Estou me descobrindo muito através do disco, das letras, dos arranjos. Consigo ver coisas assim, minhas, me identifico muito com esse álbum como um todo”, conta a cantora cearense.


“Todos os aspectos da sonoridade do disco são influências pra mim, influências do Verocai sobre o meu trabalho. É até um pouco desafiador de falar porque não é bem uma influência técnica, mas de espírito, de aura. Quando escuto as músicas do Verocai, sinto que eu queria fazer algo assim, sem saber exatamente o que é”, revela.


“Não sei como é exatamente que ele me arrebata. Só sei que ele é muito bom, mas não é só porque ele é muito bom, porque ‘muito bom’ existe em várias pessoas. Não sei explicar onde começa e onde termina essa influência, mas ela existe - e muito! E as cordas eu acho muito lindas, né? Sempre tem esses grandes orquestras, é um trabalho muito orquestral do Verocai, e eu admiro muito isso”. Todos e todas convidados, então, para esse encontro, no CCBNB, com a música de Arthur Verocai, revisitada por Hannah Maria Montenegro e grupo.


SERVIÇO: 

Hannah Maria Montenegro. Show sábado, 27/7, às 19h, no CCBNB Fortaleza (Rua Conde D´Eu, 560, Centro), pelo projeto Jazz em Cena. Hanna, Adriano Oliveira, Lucas Arruda e Vinicius Matos recriam no palco a íntegra do disco lançado em 1972 por Arthur Verocai. Entrada franca. Classificação indicativa livre. Sem necessidade de retirada prévia de ingressos. 

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