
A cantora Ângela Lopes, uma das vozes mais aplaudidas da cena musical de Fortaleza, participa pela primeira vez do projeto Jazz em Cena, no Centro Cultural Banco do Nordeste Fortaleza, apresentando no sábado, 14/9, às 19h, seu show em homenagem a Ella Fitzgerald, um dos maiores nomes da história do jazz, referência para intérpretes, instrumentistas e ouvintes. Na mesma noite haverá show do violonista e compositor cearense Manassés, logo depois da apresentação de Ângela.
A intérprete estará ao lado de músicos especialmente
arregimentados para a estreia do show de sábado, 14/9, contando com Gabriel
Getszi no piano, também estreando no Jazz em Cena, e com Hermano Faltz,
guitarrista de grande destaque em Fortaleza e que já apresentou, no Jazz em
Cena, espetáculos em homenagem a nomes como Chico Pinheiro, Thelonious Monk,
Bill Evans e Jim Hall.
Ângela Lopes se destaca por sua versatilidade musical. Sua
voz se destacou no cenário da música instrumental de Fortaleza, especialmente
nas rodas de choro, interpretando clássicos da música brasileira, tendo os
choros com letra como diferenciais em suas apresentações. Trafegando com
desenvoltura por chorinho, samba, bossa nova e jazz brasileiro, além de
absorver influências do jazz internacional. Nesse contexto, apresentou o show
“Samba de Choro a Jazz”, na Casa de Vovó Dedé, com direção musical do pianista
Tito Freitas.
“Minha história com o jazz começou influenciada pelos saraus
e rodas de choro e de improvisação, ao lado de grandes músicos de Fortaleza,
principalmente músicos de sopro, que vêm da escola jazzística. Fui me
familiarizando com o fraseado, com a improvisação do jazz, absorvendo aquela
forma de fazer música, a criatividade de apresentar algo diferente, a cada vez
que se toca uma mesma música”, revela Ângela.
“Embora ali não cantasse jazz, porque o foco é a música
brasileira, foi uma grande oportunidade de passar das melodias mais rebuscadas,
desafiadoras do chorinho para as do jazz. E passei a estudar mais e mais, e
nisso fui arrebatada pelo canto e pelo repertório da Ella Fitzgerald”, conta a
intérprete.
“Ella foi uma das primeiras referências que de cara me
conquistaram. Tive aquele sentimento muito, muito bom de aconchego. Uma identificação
muito, muito rápida, em tudo, desde a suavidade da voz até a dicção dela muito
clara e, principalmente, os improvisos musicais, os improvisos vocais, os scattings,
a técnica, a maestria, a versatilidade. E isso me emociona sempre, sempre! Me fez
ter vontade de ouvir mais e mais, sem cansar, e ter mais vontade de adentrar no
estudo do jazz”, compartilha Ângela.
“Além disso, o repertório é uma coisa que me pega muito.
Gosto demais das músicas que ela canta, dos grandes compositores. E a história
incrível, de uma mulher que enfrentou muitos preconceitos, quebrou barreiras
numa época de muita segregação, teve uma carreira realmente muito inspiradora,
por mais de 50 anos. Hoje Ella é responsável por grande parte do meu
repertório”, complementa a cantora cearense.
A difícil escolha de repertório
No repertório do show do dia 14/9, no CCBNB/Jazz em Cena, o
resultado de um dificílimo processo de seleção, sobre inúmeras possibilidades
dentro da extensa obra gravada por Ella Fitzgerald. Entre os superclássicos que
não podem faltar, a emblemática “Night and day”, as suingadas e saborosíssimas
“Tea for two” e “Cheek to cheek”, as líricas e comoventes “Tenderly” e “Someone
to watch over me”, as sensuais “Summertime” e “Dream a little, dream of me”, as
intensas “Cry me a river”, “Caravan” e “A night in Tunisia”. Além de algumas
surpresas para o público que comparecer ao CCBNB, nesta noite de Jazz em Cena.
Mais sobre Ângela Lopes
Em 2021 lançou seu primeiro álbum solo, "Ângela",
que reúne canções inéditas de sua autoria e de compositores contemporâneos
cearenses. Ao longo de sua trajetória, apresentou-se em festivais de música no
Ceará e realizou shows na Argentina, através de um projeto selecionado pelo
Ministério da Cultura (MinC). Viveu experiências musicais enriquecedoras com
músicos como Arismar do Espírito Santo, Alessandro Penezzi, Nilze Carvalho,
João Cavalcanti, Tito Freitas, Carlinhos Patriolino, Lu D'Sosa e outros mestres
da cena instrumental cearense, que ampliaram seu repertório artístico.
Em 2023 Ângela lançou um show em homenagem a Ademilde
Fonseca, a rainha do choro, um dos primeiros projetos dedicados inteiramente ao
chorinho cantado no Ceará. Também apresentou com o Grupo de Choro da
Universidade Estadual do Ceará e com a Orquestra Popular do Nordeste o
repertório de Pixinguinha e Carmen Miranda. Seu trabalho está disponível nas
principais plataformas digitais e redes sociais.
Serviço:
Jazz em Cena com Ângela Lopes – Homenagem a Ella
Fitzgerald. Sábado, 14/9, às 19h, no CCBNB Fortaleza (Rua Conde D´Eu, 560,
Centro). Entrada franca, como em toda a programação do centro cultural.
Informações: Instagram @jazzemcena e Whatsapp 85999733054.
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