Paulo Façanha: grandes canções e interpretações no Cineteatro São Luiz lotado no projeto Duetos

 

Paulo Façanha e banda no Cineteatro São Luiz neste domingo, 30/6 (foto: Joanice Sampaio)



Muita musicalidade, carisma de sobra, canções bem escolhidas e grande habilidade na comunicação com o público. Com essas características, o cantor e compositor Paulo Façanha fez um show muito aplaudido neste domingo, 30/6, sendo abraçado pela plateia na despedida do primeiro semestre no lindo Cineteatro São Luiz lotado para mais uma edição do projeto Duetos. 

Idealizado por Ulysses Gaspar, o projeto, que se aproxima de completar 10 anos, promove sempre dois shows na mesma noite, unindo artistas e grupos cearenses ou atuantes no Ceará a convidados de outros estados. No caso desta edição, o cantor e compositor Dalto, autor de sucessos nacionais como "Pessoa", "Leão ferido", "Anjo", "Espelhos d´água", ao lado de parceiros como Claudio Rabello e outros. Apoiado pela legislação estadual de incentivo à cultura, o projeto mantém entrada franca para o público, com a contribuição de 2 quilos de alimentos, destinados, nesta edição, à Associação Pestalozzi.

Paulo Façanha abriu o show com "Chega de tanto", do cantor e compositor Jr. Meireles, um de seus grandes parceiros de jornada, de quem também gravou "Você vai ver", ambas no disco "Vida é Pra Gastar". A musicalidade da banda formada por Tito Freitas (teclados), Alex Moreira (trompete), Lu D´Sosa (violão solo), Ricardo Pontes (bateria) e Nélio Costa (contrabaixo e direção musical), arregimentada pelo projeto Duetos, chamou atenção do público desde o início, somando-se ao timbre privilegiado de Paulo Façanha e à sua presença de palco para já iniciar a noite com energia, suingue, ritmo... Um convite a estar bem!

Foi um show rápido e certeiro, de 50 minutos, em que uma síntese das virtudes de Paulo Façanha ao longo de uma carreira de mais de 35 anos foi demonstrada ao público, para muitos aplausos. Priorizando a interpretação, Paulinho levou ao palco mais recriações de obras de outros autores do que suas próprias composições, fazendo a plateia cantar junto, na maioria dos momentos. Mesmo assim, também brilhou em "Ávido", marcante parceria com Beto Paiva, "Só por ti ser ávido, seu louco, ser poeta. Ser versátil, ser tenor e tocar a mão no verso". 




Também parceria com Beto, o super hit "Quando a noite chegar" encerrou a apresentação com a plateia cantando o refrão popularizado desde a Fortaleza dos anos 90, em que a música se tornou sucesso e foi apresentada a outro amigo de Façanha, o cantor e compositor carioca Jorge Vercilo, que gravou a canção naquele momento e que anunciou que vai registrá-la novamente, agora, em um projeto comemorativo.

"Apesar de cigano", do bruxo Altay Veloso, foi outro ponto alto da apresentação de Paulo. A canção, registrada por ele ao lado de Adelson Viana no DVD "Luar de Sol", de Jorge Vercilo, gravado no Theatro José de Alencar, teve seu sabor brasileiríssimo e cosmopolita, ao mesmo tempo, levado pela voz de Façanha ao público do São Luiz lotado. 

Também muito aplaudidas foram "Aonde Deus possa me ouvir", homenagem a Vander Lee e uma canção lírica, pessoal, curiosa para um show iniciado às 18h de domingo, e "Coisas do Brasil", de Guilherme Arantes e Nelson Motta, com a banda mais uma vez se destacando. E o sempre-sucesso dos bares, "Asa partida", de Fagner e Abel Silva, também encontrou um coral de centenas de vozes para cantar com Paulo, feliz em apontar o microfone para a plateia e ter uma resposta tão forte. 

Paulo também pediu licença para cantar "uma música menos conhecida do Djavan", antes de interpretar a linda "Flor do medo", que também se beneficiou da excelência dos instrumentistas, unindo o "groove" natural de tantas obras do compositor alagoano a todo o suingue dos músicos cearenses, reconhecidos pelo público.

Paulo Façanha, que voltou a morar em Fortaleza no final de 2023, depois de uma longa e prolífica temporada em Brasília, destacou ainda a importância do projeto Duetos, agradecendo pela oportunidade de participar da iniciativa pela terceira vez. Também mostrou sua gratidão aos músicos, que, um a um, tiveram espaço para a improvisação, em diversas canções. Agradeceu principalmente ao público, pela acolhida, e ainda voltou ao palco para encerrar a noite cantando, ao lado de Dalto, de forma sensível e cuidadosa, os clássicos "Anjo" e "Muito estranho". 

Paulo, que mais recentemente vem se dedicando também a gravar músicas do compositor Valber Lima, em um projeto com a direção musical de Max Viana, e a um espetáculo e um especial audiovisual em parceria com o maestro Adelson Viana, fez um show redondo e extremamente musical, com a alegria e o carisma que costuma demonstrar dentro e fora dos palcos. Merecidos aplausos, para um grande - e popularíssimo - intérprete.








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