Fhátima Santos brilhou em noite de reencontros históricos no Cantinho: na transversal do tempo, passado, presente e futuro da música do Ceará. Saiba mais e confira fotos

 

Calé Alencar, no especial audiovisual "Futuro e Memória 2", de Rogério Franco e Dalwton Moura, com vários intérpretes. Foto: Divulgação/Tainá Cavalcante

O cantor, compositor, arranjador, violonista, produtor musical, pesquisador, produtor cultural Calé Alencar está dando início às comemorações por seus 50 anos de música, celebrados com 13 atividades especiais, das quais sete foram reveladas neste domingo, 5/10, em postagem especial feita pelo mestre e compartilhada para os colegas artistas e o público.

O marco referencial é o primeiro festival do qual participou com canções autorais, em novembro de 1975, no ginásio do Sesc, "com direção musical do genial Paulo Abel e promovido por alunos da Escola Técnica, atual IFCE", destaca o músico, revelando que na verdade sua carreira se iniciou em 1972, tocando composições de outros autores, mas o marco da produção autoral se dá em 1975, com o festival em que apresentou suas próprias canções.

"Será um total de 13 ocupações, por meio de shows, aulas-espetáculos, recital, programa de TV, clipe e lançamento do novo álbum, 'Amarelo Queimado'", revela Calé Alencar, elencando as sete primeiras atividades especiais. Confira e guarde as datas:

1.No dia dedicado a Nossa Senhora do Rosário, 7.10, às 17h, estarei com os maracatus de Fortaleza participando da primeira Coroação de Rainhas e Reis do Congo, após a aprovação da lei pela Assembleia Legislativa do Ceará. O Projeto de Lei, apresentado pelo deputado Renato Roseno, foi embasado em pesquisas que realizei sobre a origem do Maracatu no Ceará e as coroações que aconteciam na igreja do Rosário, na Praça dos Leões.

2.Nos dias 8 e 9/10, às 15h, estarei nas escolas municipais Cordeiro Neto e Casimiro Montenegro para a aula espetáculo "Loas e Batuques: singularidades do Maracatu Cearense". Esta ação está inserida na Semana de Coroação de Rainhas e Reis do Congo de Valorização da Cultura Afro-Brasileira e no Edital.de Culturas Populares, da Secultfor.

3.Em 12/10 irei até Aracati, a convite do Maracaty Nação dos Bons Ventos, para a abertura do Projeto Maracatucá: Formação Popular em Maracatu Cearense, onde, às 15h30, participarei da mesa Módulo I - História e Pesquisa Cultural.

4.No dia 15/10, às 19h, participarei do show 20 Anos de Sonho e de Som, da minha querida amiga Jord Guedes, no Cineteatro São Luiz.

5.Ainda no dia 15.10, às 21h30, com reprise no domingo, 19.10, às 22h, estarei no programa Leruaite, do meu dileto amigo Falcão.

6.Dia 22.10 vou participar do show da minha irmãzinha Fhátima Santos, às 20h, no Alpendre.

7.Cadernos de Viagem, recital poético musical que tem sido levado à Bienal Internacional do Livro do Ceará, será apresentado no dia 31.10, às 18h, na sala Multiuso da Biblioteca do Estado do Ceará (BECE), com participações de Adriano Kanu, Bruno Brasil, Dora de Paula, João de Calé, Luana Braga e Lúcio Ricardo.

"No mês de novembro teremos mais seis atividades e vamos anunciar por aqui e por aí. Abraços e saudações alencarinas pra todo mundo", destaca Calé, somando-se ao movimento por liberdade para a Palestina e para os militantes da Flotinha Global sequestrada por Israel nos últimos dias, incluindo a presença da cearense Luizianne Lins.

Mais sobre Calé Alencar

Cantor, compositor e produtor musical, Calé Alencar tem atuação no movimento artístico e cultural cearense a partir da década de 1970, participando de bandas de baile e festivais de música autoral.

Em 1979, integrou o evento multicultural Massafeira Livre, incluindo sua canção Vento Rei, em parceria com Zé Maia, no álbum duplo que registrou o ambiente musical do evento. Na mesma época, a cantora cearense gravou duas canções de Calé Alencar: Vento Rei e Equatorial, esta em parceria com Fausto Nilo.

Tendo lançado 15 álbuns com trabalhos autorais e canções de outros autores, Calé Alencar soma, em sua carreira de produtor musical, mais de 50 álbuns lançados, a maioria voltados para o registro da produção musical do Ceará, com destaque para os grupos Banda Cabaçal dos Irmãos Aniceto, Penitentes de Barbalha e Maracatus de Fortaleza.

Calé Alencar passou a infância no Cariri cearense, sendo influenciado pelas cantadores repentistas e rabequeiros sertanejos, e ao mesmo tempo pela expressão musical de identidade nordestina que há no canto de Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro e Marinês.

Sua vivência em Fortaleza, a partir dos 10 anos, o colocou em contato com a cultura urbana, os programas de auditório, os artistas do rádio e da televisão, acrescentando um viés moderno e universal que faz da música de Calé Alencar um trabalho de forte personalidade, aliada a uma voz de grande expressão presente na cena musical cearense há cinco décadas.

Feira do Som, 1975