Festival Ceará Voador: confira como foi o debate sobre os filmes "Topera", "Quando éramos outros" e "Praia dos Crush", nesta sexta, 9/5

No terceiro de sete shows na movimentada temporada que fazem desde terça-feira em Salvador, os músicos cearenses Edinho Vilas Boas, Luciano Franco e Dalwton Moura subiram ao palco do Fratello, no bairro Graça, mostrando novidades no repertório, em relação às noites anteriores, e recebendo novos convidados ao longo de três horas de apresentação, dando sequência ao intercâmbio com a cena da capital baiana. 

Nesta sexta, às 19h, eles se apresentam na Praça Poetisa Myriam Fraga, no bairro Itaigara, região da Pitura, em show especial para a Associação de Moradores do bairro, com acesso gratuito. E no sábado às 19h sobem ao palco da Casa da Felicidade, espaço referencial no bairro Rio Vermelho, com ingressos no Sympla.

A noite de quinta-feira no Fratello foi de casa cheia, com muita expectativa dos frequentadores e frequentadoras da casa em conhecer melhor o trabalho dos músicos cearenses, que levaram muitas novidades ao repertório, em relação aos shows anteriores, com direito a outras releituras, mas mantendo o pleno espaço para a música autoral. 

Algumas das composições foram apresentadas pela primeira vez nesta temporada, como "Coração de alfinim", de Luciano Franco e Luis Lima Verde, do disco "Valsa do tempo", colocando o público para cantar junto, e "Hora de sambar", de Luciano Franco e Dalwton Moura, ambas na voz de Edinho, com o ritmo e o canto vigoroso de  Edinho tomando conta da casa.

 

Na intepretação de Dalwton, "As estrelas", dele e de Luciano, do disco "Sonho ou Canção", e "Uma canção a mais", de Dalwton Moura e Rogério Franco, do disco "Futuro e Memória - Música do Ceará" também foram apresentadas pela primeira vez na capital baiana. Assim como "Na beira do Rio", de Luciano e Eason Nascimento, um dos momentos mais belos e emocionantes da noite, com interpretação perfeita de Edinho e lembranças do compositor cearense que se despediu vitimado pela falta de seriedade do País contra a Covid-19. E "Valsa do tempo", de Luciano e Luis Lima Verde

Também houve novidades entre as releituras, com "Estácio Holly Estácio", de Luiz Melodia, e "Preciso me encontrar", de Cartola, além de "Bloco do prazer", "Zanzibar" e "Eu também quero beijar", parcerias de Fausto Nilo respectivamente com os baianos Moraes Moreira, Armandinho e Pepeu Gomes, colocando o público para cantar. 

E com a presença de convidados locais como Rita Teixeira (que mostrou músicas autorais e uma releitura para "O negócio é amar") e Carlos Gomes (irmão de Pepeu Gomes), Claudio e o aclamado Roberval, que cantou obras de compositores nascidos na Cidade Baixa, destacando o papel do bairro na cena musical de Salvador, citando inúmeros compositores, além do pôr do sol mais bonito, em Humaitá. 

A cantora e compositora Rita Teixeira, em participação especial, com o maestro Luciano Franco 

Autorais em destaque

A sequência que começa com o bolero "Pra sempre luz", de Edinho Vilas Boas e Rui Farias, e se encerra com "Quartos de hotel", de Edinho e Alan Mendonça, foi mais uma vez muito aplaudida, assim como "Retumbante", um dos maiores sucessos de Edinho, "Gaivota", de Luciano e Paulinho Pedra Azul (do disco recentemente lançado pelos autores), "Presságio" e "Baião sem fim", ambas de Luciano e Dalwton. 

"Pelo avesso do tempo", de Dalwton e Roberto Menescal, gravada por Menescal e Marcos Lessa, foi bem recebida pelos amantes da bossa nova, com destaque para a espectadora Maria Lúcia, que vivenciou no Rio de Janeiro grande parte do período de eclosão da bossa, convivendo com vários de seus protagonistas. "Liberdade de viver", de Edinho e Chico Araújo, também foi elogiada pelo público, com Edinho e Luciano voltando ao palco após a participação dos convidados Rita Teixeira, Carlos Gomes e Claudio.

Entre as recriações, o clássico "Passarás, passarás, passarás", do cearense Petrúcio Maia e do baiano Capinan, foi mais uma vez destaque no repertório, com super interpretação de Edinho, assim como "Rosa", em novo arranjo para o clássico imortalizado por Pixinguinha, e "Onde está você", xote reggeado e ritmado que brilha na voz de Edinho e na guitarra de Luciano, que por muito tempo tocou com Dominguinhos, quando das idas do pernambucano ao Ceará. "Enquanto engoma a calça", de Ednardo e Climério, que encerrou as duas apresentações anteriores, na Casa da Mãe na terça, 18/3, e no La Premiatta, na quarta, desta vez foi cantada mais cedo por Edinho e foi bem recebida por quem pedia por canções de Ednardo.

Roberval e Luciano Franco

A noite de um dia intenso em Salvador: conexão Ceará-Bahia

Com casa cheia, o show no Fratello confirmou a boa receptividade do público de Salvador à temporada do trio de artistas cearenses. Além de ter ampliado o intercâmbio para mais artistas da Bahia, fechando o dia que já contara com visitas ao Candeal e ao Pelourinho, para a gravação de vídeos, incluindo percurso pela Fundação Casa de Jorge Amado, guiado pelo jornalista Roberto Aguiar, e um longo almoço-confraternização no restaurante Donana, no Rio Vermelho, entre Edinho, Luciano, Dalwton e artistas como Fernando de Oliveira, Walmir Palma, Stella Maris, além de Socorro, produtora cultural e anfitriã do grupo no Fratello. 

Nesta sexta, às 19h, Edinho, Luciano e Dalwton se apresentam na Praça Poetisa Myriam Fraga, em Itaigara, no primeiro show ao ar livre e com acesso gratuito. No sábado estarão às 19h na Casa da Felicidade, no Rio Vermelho, com ingressos no Sympla. Viva a música do Ceará, em diálogo com a cena da Bahia!