Tarcísio Sardinha é homenageado em oficina e show de sua filha, Bárbara Sena, com grandes convidados, domingo, 26/10, no Teatro Antonieta Noronha. Entrada franca

 




O Teatro Antonieta Noronha, na sede da Secultfor (Rua Pereira Filgueiras, 4, Centro), será palco no domingo, 26/10, às 19h, de um espetáculo emocionante e profundamente afetivo: “Herança de Som”, uma homenagem musical da cantora e atriz Bárbara Sena à obra de seu pai e mentor, o compositor, arranjador e multi-instrumentista cearense Tarcísio Sardinha. Um mergulho na memória e na musicalidade. A entrada é gratuita.


Mais do que um show, “Herança de Som” é um tributo vivo à trajetória de Tarcísio Sardinha, cuja obra permanece pulsante e atual. Bárbara Sena interpreta composições do pai ao lado de músicos e convidados especiais, revisitando clássicos como “Fim de Tarde” (com letra de Paulinho Pedra Azul), “Pra cuidar do querer” e “Mistérios do mar” (compostas com Fernando Rosa) — consagradas na voz de Juruviara — além de obras inéditas, incluindo uma parceria inédita entre pai e filha.


O espetáculo contará com a participação especial de outros grandes nomes da cena musical cearense: as cantoras Marina Cavalcante, Gabriela Mendes e Ingrid Sales, além da instrumentista e cantora Joyce Farias (violão de 7 cordas).


Também se unem ao palco os músicos Filipe Mota (contrabaixo e violão) e Rômulo Santiago (trombone), somando suas vozes e instrumentos à homenagem conduzida por Bárbara Sena e sua banda, formada por músicos que também fizeram parte da trajetória de Sardinha: Pedro Madeira (parceiro, multi-instrumentista e ex-aluno), Netinho de Sá (contrabaixo) e Michael da Silva (bateria). 



Os arranjos originais são adaptados à voz de Bárbara, preservando as harmonias, melodias e os solos característicos da obra do pai.


Oficina especial antes do espetáculo


Às 16h30 do mesmo dia do show, domingo, 26/10, também no Teatro Antonieta Noronha, o público poderá participar de uma oficina gratuita sobre o processo criativo do show e a obra de Tarcísio Sardinha, conduzida por Bárbara Sena. Uma oportunidade única de conhecer mais sobre o legado artístico e afetivo que inspira o espetáculo.


Um canto de amor e memória


Bárbara Sena esteve presente em muitos momentos de criação ao lado do pai, inclusive inspirando canções, como aquela composta durante seu intercâmbio na Argentina. Hoje ela costura esse espetáculo com saudade, gratidão e reverência, celebrando a imortalidade de Tarcísio Sardinha através da música. “Herança de Som” é um convite para compartilhar e multiplicar esse legado sonoro e afetivo.


Mais sobre o mestre Sardinha:


Tarcísio de Lima Carvalho, o Sardinha, nasceu em 14 de março de 1964, em São Luís-MA. Filho de pais cearenses, aos dois anos de idade veio morar em Fortaleza. Vindo de uma família de músicos, começou seus estudos como autodidata, aos 11 anos, e se profissionalizou aos 15, tocando na noite em grupos de baile e nas rodas de choro, paixão que herdou do avô e do pai.

O apelido “Sardinha” é alusivo ao famoso violonista Aníbal Augusto Sardinha, o Garoto, e lhe foi dado pelo flautista paulistano Tróglio, criador do Grupo Pixinguinha, do qual Sardinha participou na década de 80.

Multinstrumentista, compositor, arranjador e virtuoso do violão, Sardinha tem larga experiência na execução e harmonização de diversos estilos musicais, sendo um dos nossos músicos mais completos. Apresentou-se e gravou com artistas como Dominguinhos, Belchior, Fagner, Ednardo, Amelinha, Altamiro Carrilho, Yamandu Costa, Zé da Velha, Paulo Moura, Silvério Pontes, Maurício Tapajós, Sílvio Caldas, Zé Menezes, Clementina de Jesus, Zé Renato, Falcão, Fausto Nilo, Waldick Soriano, Zeca Baleiro, entre outros nomes da música popular brasileira.

Sardinha foi apontado pela pesquisadora americana Julie Koidin, em seu livro “Sorrisos do choro: uma jornada através de caminhos cruzados” como um dos maiores nomes do choro contemporâneo. Desde o final da década de 1990 ministrou oficinas de choro. Sua técnica de acompanhamento no violão de sete cordas virou objeto de estudo no trabalho de conclusão do violonista Bruno Vergas, no Curso de Música da Universidade Estadual do Ceará.

Em 1992, gravou CD ao vivo com o bandolinista Carlinhos Patriolino, no Cais bar, reduto das artes e da boemia cearense, e um CD com o saxofonista virtuoso Marcio Resende, professor da UECE.

Coordenou ações de ensino de música no projeto Tapera das Artes, em Aquiraz–CE, desenvolvendo durante seis anos seu método especialmente criado para crianças e adolescentes: desde os primeiros dias o aluno tem contato com o instrumento e em pouco tempo já toca algumas músicas; só então é introduzida a teoria musical propriamente dita.

Essa estratégia didático-pedagógica contribuiu para a criação de inúmeros grupos de chorinho em Fortaleza e diversas cidades do Interior do estado, podendo-se dizer que inúmeros chorões da nova geração foram alunos de Tarcísio Sardinha.

O mestre manteve agenda cheia o ano inteiro, por muito tempo, ministrando cursos de Acompanhamento de Violão e Oficina de Choro no Festival Música na Ibiapaba; sendo presença constante no Festival Jazz & Blues, em Guaramiranga; integrando o grupo do aclamado cantor e compositor Fausto Nilo; coordenando oficinas de prática de conjunto de regionais na Prefeitura de Fortaleza, coordenando o Projeto Escola Livre de Música, em Redenção–CE.

Também atuou por muitos anos no Carnaval, com a Banda Fortaleza Folia e inúmeros projetos, e sempre esteve presente como instrumentista, arranjador e produtor musical nos melhores estúdios de Fortaleza, tendo contribuído de forma decisiva para um sem-número de discos, além de participar do programa do "brega-star" Falcão, na TVC, veiculado para todo o Brasil.

O mestre se despediu em 25 de abril de 2022, aos 58 anos, deixando legado inestimável de composições (muitas delas reunidas em songbook organizado pelo aluno e bandolinista Pedro Madeira), gravações, arranjos, ensinamentos e, principalmente, de mudança de vida daqueles que com ele puderam aprender e escolher a música, de lembranças eternas de seu sorriso, seu carisma, sua gentileza, sua generosidade, que serão eternamente lembrados.

Serviço:

Show “Herança de Som — Canções de Tarcísio Sardinha”, com Bárbara Sena e Convidados. Domingo, 26/10, às 19h, no Teatro Antonieta Noronha, na sede da Secultfor (Rua Pereira Filgueiras, 4, Centro). Oficina às 16h30. Entrada gratuita.




Post a Comment

Postagem Anterior Próxima Postagem