Fotos: Divulgação/Festival Choro Jazz/Lorena Fadul/Cadu Fernandes/Lilis Moreira/Amana Mídia
Um desfile de clássicos de Chico Buarque e outras canções consagradas, no palco na praça principal de Jericoacoara, foi promovido pelo MPB-4 na noite desta quinta-feira, em Jericoacoara, terceiro dia da 16a. edição do Festival Choro Jazz. Aquiles e Miltinho, membros fundadores do grupo, Dalmo e Paulo convidaram o público a mergulhar na história de seis décadas do grupo, com os impressionantes arranjos vocais e a presença cênica de simplicidade e pertinência que se faz ouvir desde os anos 60, quando o grupo esteve ao lado de Chico Buarque em ocasiões históricas, como o Festival da Canção de 1967 na TV Record, estreia de "Roda viva".
Essa e várias composições de Chico formaram a espinha dorsal da apresentação em que Paulo "Pauleira" Malaguti se destacou tocando o belo piano acústico Fritz Dobbert levado ao piso de areia de Jericoacoara pelo festival Choro Jazz, apresentado pela Petrobras. Dalmo na viola, Miltinho no violão e todos nas vozes abrindo, se somando em arranjos belos e precisos, executados com cuidado por todos com monitor em fone de ouvido e muito carisma no diálogo com o público.
Não bastassem todas as qualidades musicais do grupo, é absolutamente surreal pensar que dois dos mesmos integrantes que estavam naquela noite em 67 subiram ao palco do festival em Jericoacoara para mais uma vez entoar "Roda viva". E "Apesar de você", antecedida da famosa vinheta do Jornal Nacional. E 'Que tal um samba", a canção mais recente do show, da safra contemporânea de Chico, após uma fala sobre a pandemia e outras dificuldades que marcaram o período e seguem preocupando a muitos.
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| Aquiles Rique Reis |
Lirismo, arranjos vocais e presença cênica
E sob a lua cheia em Jeri, o show começou de forma mais lírica, com o clássico "Porto", de Dori Caymmi, com os vocais do grupo emocionando logo de cara. De arrepiar, literalmente, com gente chegando às lágrimas já na primeira canção do show, iniciado perto da meia-noite desta quinta-feira. Dali pro samba de "Me deixa em paz" e para a latinidade de "Iolanda", versão de Chico para o clássico de Pablo Milanés. Pra todo mundo cantar junto!
Da mesma forma em "A quem merece amor", outra das canções marcantes da história do MPB-4, parceira de Milanés e Silvio Rodrigues, remontando à nova trova cubana e colocando a plateia pra integrar o quarteto. Lirismo também em "San Vicente", de Milton e Fernando Brant, e o samba melancólico, doído de "Cicatrizes", com Miltinho ao violão cantando com os colegas sua magistral parceria com o mestre Paulo César Pinheiro.
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| Miltinho, também membro fundador do grupo, tal qual Aquiles |
Arranjos, dinâmicas, diálogos
Performance cênica, mesmo com todos sentados, tal a expressão teatral da canção e o componente coletivo da performance do grupo, integrantes dialogando entre si de diferentes maneiras a cada verso. Uma dinâmica parecida à do clássico "Partido alto", em um dos melhores arranjos da noite, com o piano também em destaque, e à de "Cálice", em que a ênfase interpretativa de cada músico chega ao ápice no show. Não por acaso, a mais aplaudida.
No show que ainda teve a "Gota d´água" de Chico e "Notícias do Brasil (Os pássaros trazem)", outra de Milton e Fernando Brant, o quarteto ainda guardou na manga dois belos bis: "Vira, virou", do gaúcho Kleiton Ramil, e a buarquina super clássica "Quem te viu, quem te vê", com Aquiles convidando o público a "bater coxa na beirada do palco". "Por hoje era só isso", brincou. A plateia pediu mais três. O tris fica para o próximo encontro. Palmas para o MPB-4!
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| Dalmo Meideiros |
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| Paulo "Pauleira" Malaguti |

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