Top News

Festival Choro Jazz foi aberto nesta terça-feira, no Crato, com emoção no encontro entre estudantes e mestres tocando juntos nas oficinas

 

A oficina de choro com Maurício Carrilho abriu o Festival Choro Jazz, etapa Cariri

O Festival Choro Jazz, que acontece pela primeira vez no Cariri, foi aberto já em clima de muita emoção, no Centro Cultural do Cariri, no Crato, com o encontro entre instrumentistas, estudantes e fãs, que participaram das oficinas, e grandes mestres da música: pela manhã, Maurício Carrilho ao violão e Paulo Sérgio Santos no clarinete. À tarde, Pedro Amorim, em uma oficina de samba, Cacá Malaquias em oficina de sopros e Ney Conceição em aula de prática de conjunto.

Tudo na sala do Pequeno Palco, do Centro Cultural do Cariri, onde a turma chegou cedo para a primeira oficina do dia de abertura do festival. O evento segue até domingo, com oficinas terça, quarta e quinta-feira e com shows sexta, sábado e domingo, apresentações que reúnem nomes como Moacyr Luz e o Samba do Trabalhador, Egberto Gismonti, Tâmara Lacerda e Ranier Oliveira, Fabricio da Rocha e Júnior Crato, Quartchêto, entre outros. Tudo com entrada franca.  

Apresentado pela Petrobras e pelo Ministério da Cultura, o Festival Choro Jazz conta nas etapas Cariri, Fortaleza e Jericoacoara com apoio institucional do Governo do Ceará, do Instituto Mirante de Cultura e Arte e do Centro Cultural do Cariri Sérvulo Esmeraldo. Mais informações: Instagram Festival Choro Jazz e www.chorojazz.com.

"O choro sambado tem uma antecipação, que é diferente. Se não antecipar, fica um 'maxixão'. A antecipação é uma sutileza que muda tudo. Muda o jeito de todo mundo tocar", ressaltou Maurício Carrilho, na oficina de choro. Ilustrando musicalmente ao tocar, com os participantes da oficina, clássicos como "Brejeiro", apresentado como um tango brasileiro, e "Noites cariocas", trabalhando com uma estudante de clarinete a antecipação. 

Berta Vidal, de Barcelona, e Pedro Amorim, na oficina de samba


Já "Doce de coco" foi tocado como exemplo de um "choro choro mesmo". E chamou atenção dos participantes a ter a sua melodia original destacada por Maurício Carrilho: "A melodia original era bem mais intrincada, e foi mudando conforme as pessoas foram se acostumando a cantar a música. Foi sendo simplificada. Na gravação do Altamiro ele toca essa melodia...", destacou, com muitos dos estudantes se surpreendendo com a melodia mais difícil para o "Doce de coco". 

Logo em seguida aconteceu a oficina de clarinete, com Paulo Sérgio Santos, que falou sobre sua trajetória como integrante do Quinteto Villa-Lobos, desde 1975, por mais de 40 anos. "Era o elo que eu tinha com a música erudita", enfatizou, citando também 18 anos de ópera e a recente homenagem recebida do músico Mark Lambert, no Rio de Janeiro, com um concerto escrito em tributo a Paulo Sérgio. 

"São 21 páginas de partitura. Inclusive agudos que não consigo tocar. Mas... nada é impossível".

Oficina de clarinete, com Paulo Sérgio Santos


Quando um dos estudantes perguntou se alcançar esses agudos dependeria da respiração, Paulo Sérgio respondeu: "Depende do tipo de palheta que você usa. Que interfere na pressão que você faz. Pressão e clima interferem. Aqui, por exemplo, é muito seco". 

Paulo Sergio Santos também falou sobre as diferenças entre o samba e o maxixe. "O maxixe era mais marcado Não dava pra dançar como eles queriam. Então eles começaram a tocar de uma outra forma". E convidou os participantes a tocar, descobrindo inclusive choros de autores do Cariri, tocados por um dos estudantes. Também elogiou a interpretação das colegas de clarinete na oficina. O festival começou de forma marcante, com experiências que esses jovens músicos certamente levarão consigo de modo transformador.














Fotos finais por Samuel Macedo/Divulgação/CCCariri/Festival Choro Jazz

Post a Comment

Postagem Anterior Próxima Postagem