Fotos: Divulgação/Festival Choro Jazz/Lorena Fadul/Cadu Fernandes/Lilis Moreira/Amana Mídia
"Eu estou aqui com esses três grandes músicos cearenses, que eu não sou bobo". Assim o pianista, compositor e arranjador carioca Luiz Otávio ressaltou, no palco do festival Choro Jazz, em Jericoacoara, para uma plateia lotada na praça principal da vila, a alegria em tocar com Jorge Doudement (saxofones tenor e soprano), Miqueias dos Santos (contrabaixo elétrico) e Michael da Silva (bateria), três grandes nomes da cena da música instrumental de Fortaleza.
Composições de Luiz Otávio, do álbum "Casa de amigos", e outras músicas de autoria do carioca foram apresentadas com amplo espaço para a improvisação, para muitos aplausos do público, no primeiro show da noite desta quinta em Jeri. O festival Choro Jazz começou na terça-feira e segue até domingo, 7/12, com oficinas até sexta e uma grande maratona musical que inclui rodas de improvisação e muitos encontros entre os artistas e deles com o público, nas ruas de areia da vila de Jericoacoara.
"Eu vim pra cá e peguei a galera daqui pra tocar, porque é talentosíssima. Vocês estão vendo isso", ressaltou, ao apresentar os colegas de palco. "E viva o Ceará e seus talentos!", destacou, celebrando as composições com que abriu o show, "Crescente" e "Buganville".
Já do disco, Luiz Otávio escolheu temas como a melódica "A voz do Milton", homenagem ao grande cantor e compositor mineiro, o enternecedor "Um baião de dois ouvidos" e a funk e super suingada faixa-título. Quase sempre com destaque para a improvisação envolvente, consciente, do pianista e do saxofonista Jorge Doudement, com muita criatividade. Antes de uma versão em piano solo de "Georgia on my mind", clássico do repertório de Ray Charles, que, revelou Luiz Otávio, foi incluída no show a pedido de Antônio Ivan Capucho, idealizador e diretor do Festival Choro Jazz.
"É um show de música instrumental, mas a música instrumental nos permite tantas coisas, ela nos abre tantos caminhos... Por que não cantar? Podemos cantar as melodias, as harmonias, podemos cantar tudo! Então que a música seja sempre livre. É isso aí. Vamo nessa!", conclamou, antes de chamar Jorge Doudement, Miquéias dos Santos e Michael da Silva de volta ao palco, para tocar "Vice-versa", música ainda não gravada.
Acessibilidade cultural
Luiz Otávio também ressaltou os cuidados do Choro Jazz com a acessibilidade cultural. "Não sei até que ponto vocês perceberam, se deram conta. Eu sou um homem cego, com deficiência visual, e esse cuidado pra gente é muito importante. E o nosso show aqui está sendo transmitido pela Internet, e eu queria me descrever para quem está nos assistindo pela Internet e por acaso tenha alguma deficiência visual. E pra quem aqui também tiver alguma", reforçou, citando o "piano de cauda, maravilhoso"..
"Muito obrigado a esse festival e à iniciativa de acessibilidade. A gente tem técnicos de Libras no palco, que também estão aqui", acrescentou.
Antes da última música, "Olho vivo", Luiz Otávio agradeceu a toda a equipe do Choro Jazz e enfatizou a importância das leis de incentivo à cultura. "Sem cultura, a gente não consegue". Fim de um super show, um dos mais aplaudidos no festival até aqui. Palmas para Luiz Otávio, um pianista, um compositor, um arranjador, um brasileiro.

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