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Na noite do 8 de março, Ângela Lopes, Mariana Lima, Raara Rodrigues e grupo emocionaram grande público no Jazz em Cena, no CCBNB Fortaleza. Show será apresentado novamente no domingo, 23/3, na Estação das Artes

 

Raara Rodrigues, Ângela Lopes, Mariana Lima: Elas, o Ceará e o Jazz, no CCBNB Fortaleza no 8M


Um grande público compareceu ao CCBNB Fortaleza na noite deste sábado, 8 de Março, Dia Internacional da Mulher, para o show "Elas, o Ceará e o Jazz", com Angela Lopes, Mariana Lima, Raara Rodrigues (vozes), Carol Maia (bateria), Nara Kelly (trompete, participação especial), maestro Luciano Franco (guitarra, arranjos, direção musical), Ezequiel Ribeiro (contrabaixo), Gabriel Geszti (teclado).

Noite de festa, noite de jazz, noite de Jazz em Cena, projeto que está completando dez anos, concretizando o sonho de uma temporada permanente de jazz em Fortaleza.

Noite de reflexão, de ação e de luta das mulheres, por respeito, isonomia, direitos, segurança, autonomia. Dia de luta de todas e todos contra o machismo estrutural e pela reeducação, pela construção de uma nova sociedade, livre do medo, dos feminicídios, do preconceito, da disparidade salarial, de toda forma de violência, desigualdade e opressão contra as mulheres. 

Noite de show inédito em Fortaleza. Espetáculo que estreou no Festival Jazz & Blues, sábado passado, em Guaramiranga, com muito sucesso, e que destaca o jazz de compositores cearenses, trazendo obras de nomes desde os anos 30, até a atualidade. Chamando atenção para a nossa produção autoral.

O jazz de compositores cearenses

No repertório, obras de autores como Luciano Franco, Gabriel Geszti, Nonato Luiz, Tarcísio Sardinha, Rodger Rogério, Rogério Franco, Mauricio Matos, Dedé Evangelista, Erico Baymma, Alano Freitas, Augusto Pontes, Petrucio Maia, Carlinhos Patriolino, Paulo Araújo, Hermano Faltz, Iury Batista, André Benedecti, Lauro Maia e Evaldo Gouveia.

Todas as canções foram apresentadas por essas jovens intérpretes, que já contam com trajetória extensa na cena musical de fortaleza e se reuniram pela primeira vez, especialmente para esse projeto.




A apresentação teve início com a atriz e cantora Joana Angélica apresentando um texto especial sobre o Dia Internacional da Mulher e foi aberta musicalmente com a banda completa no palco, destacando o trio Ângela Lopes, Mariana Lima e Raara Rodrigues interpretando com muito suingue "Pagando pra ver", o jazzy blues melódico e ensolarado de Nonato Luiz e Abel Silva, que fora gravado por Belchior no disco de canções de Nonato Luiz. 

Do blues ao bolero com o clássico "Lupiscínica", de Petrúcio Maia e Augusto Pontes, recriado por Ângela Lopes, com muitos aplausos. E ao samba-choro transformado em um samba-jazz a evocar os grandes trios dos anos 60, com Ângela mostrando sua intensidade e muito ritmo, suingue e divisão em "Brazuca", uma das marcas registradas de Carlinhos Patriolino, que ganhou letra de Paulo Araújo, compositor presente ao show. 

Convidando o público a um momento mais intimista, Ângela levou ao palco "Pra te dizer algo assim", de Luizinho Duarte, com letra de Dalwton Moura, e "Deus Sumé", do pianista do show, Gabriel Geszti, com um belíssimo solo de guitarra de Luciano Franco. Muita emoção com as canções que convidam a um outro estado de espírito, "no tempo sem tempo de amar". 

De Rodger e Dedé a Sardinha e Resende

O trio se une novamente no palco para recriar o "Fox lore" de Rodger Rogério e Dedé Evangelista, 50 anos depois do lançamento da música no disco "Chão Sagrado", de Rodger e Téti, agora revisitado pelas vozes de Ângela, Mariana e Raara, que fica para interpretar "Little secrets", de Hermano Faltz, Iury Batista, André Benedecti e Dalwton.

A faixa chama atenção como uma das músicas mais suingadas da noite, com o brilho da voz grave de Raara, da bateria de Carol Maia, do piano de Gabriel Geszti e do trompete da convidada especialíssima Nara Kelly, jovem e talentosa trompetista que participou das residências artísticas do Festival Jazz & Blues, onde aproveitou para conhecer a colega venezuelana Niccole Meza, de apenas 17 anos, que se apresentou na programação principal do evento.

Hora e vez então de um mergulho em três canções densas e intimistas, guiado pela voz e pela interpretação marcante e expressiva de Raara: "Além de nós", trazendo ao show a música de Tarcísio Sardinha e Marcio Resende, com letra de Dalwton e com a presença, na platéia, da cantora, compositora e violonista Bárbara Sena, filha de Sardinha. Emoção transbordante, na estreia da canção em palcos em Fortaleza, e com o canto poderoso e personalíssimo de Raara, muito aplaudida em todas as músicas e interagindo descontraída nos intervalos entre as canções. 




Na sequência, Raara foi muito aplaudida por sua interpretação de "Sax dorido", versão de Alano Freitas e Érico Baymma, para o clássico "Round midnight", de Thelonious Monk. "Lânguido gemer de um sax doriiiido, seguindo depois douraaaado caminhar, solos alongando a noite, sol que a minha manhã não viu...". Um dos momentos mais fortes da noite, que seguiu com "Noite e dia", canção do maestro Luciano Franco, com letra de Dalwton, gravada originalmente por Luciana Alves, como lembrou Raara, muito aplaudida após interpretar a balada, bela e desafiadora.

Grandes interpretações e clássicos cearenses

Mariana Lima retorna então ao palco para seu bloco solo, começando com a jazz-valsa "Paths of mistery", também de Luciano e Dalwton, outra faixa do disco "Sonho ou Canção", lançado pela dupla de autores, com participação de músicos do Ceará, do Rio de Janeiro, de São Paulo e Nova York. Ezequiel Ribeiro brilhou no solo de contrabaixo, com muitos aplausos para ele, a banda e a intérprete.

A intensidade do canto de Mariana, sua presença de palco, sua elegância que vai do figurino à postura cênica, ao mesmo tempo com um frescor bem pessoal, com carisma e muitas surpresas, chamou atenção do público desde essa primeira música e seguindo com o fox de amor desfeito "Uma canção a mais", de Dalwton e Rogério Franco, também presente à plateia. 

A explosão de Mary no refrão dessa música, com a participação de Nara Kelly no trompete, e ainda mais no de "Navegante", também de Rogério e Dalwton, foi percebida pela plateia e retribuída com muitos aplausos, assim como na interpretação de "Other words", de Mauricio Matos e Dedé Evangelista, uma homenagem a Caetano Veloso, gravada originalmente por Idilva Germano no lindo disco "Urbanita" e recriada com muita personalidade por Mariana e seu canto especialmente forte na noite deste sábado, com destaque ainda para o solo de Luciano Franco na guitarra. 

Fechando a noite, com um refresco para o público em uma canção para cantar junto, depois de tantas músicas (ainda) não conhecidas pela maior parte da plateia, "Alguém me disse", do iguatuense Evaldo Gouveia e de Jair Amorim, inaugurou o momento de descontração do encerramento do show, que ainda teve no bis "Trem de ferro", de Lauro Maia, a deliciosamente melódica canção que foi a única de um autor cearense a ser gravada por João Gilberto. E antecedeu a celebração do aniversário de Ângela Lopes, celebrado pela primeira vez no palco, no CCBNB, com direito a bolo e "parabéns" tocado pela banda. "Elas..." foram aplaudidas de pé! 

Próximo show: 23/3, na Estação das Artes


O show tem nova apresentação no domingo, 23/3, meio-dia, tem mais, no Mercado Alimenta CE, na Estação das Artes, no Centro de Fortaleza. Com entrada franca. Mais informações sobre o projeto estão disponíveis no blog Nossa Música, nos perfis de cada cantora e cada instrumentista no Instagram e em diversas matérias na imprensa e participações das artistas em programas de rádio e TV. Noite de celebração da força das mulheres na cena cearense e da produção autoral de nosso Estado. Um viva à música do Ceará!




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