Ranier Oliveira e Tâmara Lacerda são destaque em festival no Pará, fazendo show e ministrando oficina no Choro Jazz em Soure, na Ilha do Marajó. Cariri representado na região Norte





Dois grandes músicos do Cariri são destaque no Pará. O Festival Choro Jazz, que está celebrando 16 anos e realiza nesta semana sua primeira etapa de 2025, com oficinas e shows na cidade de Soure, na Ilha do Marajó, no Pará, contando com a participação destacada dos caririenses Tâmara Lacerda (violão, voz e composições) e Ranier Oliveira (acordeom, voz e composições) estão ministrando, no festival, oficina de ritmos nordestinos. E participando de outras oficinas, em contato direto com grandes mestres da música brasileira. 


Eles também são atrações na programação principal, de shows, do festival, subindo ao palco no sábado, 12/7, ao lado do grupo Gaponga, do Amazonas, no espetáculo intitulado Encontro Norte/Nordeste. A programação de apresentações inclui nomes brasileiros de grande repercussão nacional e internacional, como Arismar do Espírito Santo, Egberto Gismonti, Gilson Peranzzetta, Jane Duboc, Filó Machado, Gabriel Grossi, e mestres das tradições do Marajó, do Pará e do Amazonas, como Nilson Chaves, Grupo Parafolclórico Eco Marajoara, Grupo de Tradições Folclóricas Os Aruãs, entre outros.


"Na oficina estamos falando sobre os principais ritmos nordestinos e os que a gente mais tem tocado né, o forró e os seus subgêneros, o baião, xaxado, xote, pé de serra. Principalmente o forró e o baião e o xaxado, que são ritmos muito próximos e que a galera confunde muito eles entre si", destaca Ranier Oliveira. 


"O foco é trabalhar músicas principalmente do cancioneiro de Gonzaga, que dialogam com com esses estilos. E o show que a gente vai fazer vai ser juntamente com o grupo Gaponga, que é um grupo que a gente conheceu ano passado, lá em Manaus, quando tivemos a oportunidade de tocar lá no aniversário da Petrobras, e fizemos algumas músicas juntos. Desse encontro que nasceu o convite pra vir, que nasceu esse show de agora", complementa o jovem e já virtuoso acordeonista cearense. 


"Vai ser realmente um encontro Norte e Nordeste, com a gente levando as nossas músicas e canções pra eles, e eles trazendo também as canções dele pra gente fazer esse encontro. Nós tocarmos as músicas deles, eles tocarem as nossas, e a gente também toca músicas populares, né? Com uma sonoridade que é única. A gente com violão, a sanfona, a voz, e eles com os instrumentos percussivos que eles mesmos que fabricam, tem uma sonoridade bem da floresta. "Isso é muito legal", acrescenta Ranier.





Mais sobre o Choro Jazz em Soure-PA

De 11 a 13 de julho, acontece a programação de shows da etapa Soure do Festival Choro Jazz 2025, com Egberto Gismonti, Jane Duboc, Nilson Chaves, Arismar do Espírito Santo, Gilson Peranzzetta, Patrícia Bastos, Choro na Rua, Manoel Cordeiro e grupos folclóricos marajoaras, entre diversas outras atrações. O idealizador do festival, Ivan Capucho, reforça que o Choro Jazz vai além da música.

“Cultura e turismo caminham lado a lado e, quando fortalecidos juntos, transformam territórios. O festival movimentou a cena local, abriu espaço para as culturas regionais se misturarem com grandes nomes nacionais. Teve um impacto bem interessante. Desde que o Choro Jazz chegou ao Marajó, meu desejo sempre foi que ele se tornasse um vetor de valorização cultural e também de desenvolvimento local. Soure tem uma beleza única e uma riqueza simbólica que merecem ser reconhecidas para além do turismo convencional.”

A visão de Capucho se concretiza em cada detalhe da curadoria e da ocupação dos espaços públicos. Durante os dias de festival, pousadas, restaurantes, barcos e feiras ganham novo fôlego com o aumento da circulação de pessoas, impulsionando a economia local. “A cultura, quando enraizada e compartilhada com respeito, tem esse poder de ativar territórios de forma profunda”, completa.

Para 2025, as lições da primeira edição foram fundamentais. A escuta do território, o diálogo com mestres e saberes locais e o compromisso com a formação do público ajudaram a moldar uma programação que une tradição e experimentação. A identidade visual deste ano é inspirada nas cerâmicas marajoaras, com arte assinada pelo multifacetado artista do Marajó, Caio Guedes.

“A primeira edição foi um divisor de águas. Aprendi que estar no território, com humildade e escuta, transforma tudo. Em 2025, levo esses aprendizados para cada decisão curatorial, para cada oficina proposta e para cada parceria construída. O Choro Jazz em Soure é, pra mim, uma celebração do encontro entre o que somos, o que herdamos e o que podemos construir juntos”, resume Aline.

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